segunda-feira, 26 de setembro de 2011

As boas do Plonka

Eu com Marcos Plonka e Tuna Dwek

No dia seguinte à morte de Marcos Plonka, que foi dia 8 de setembro, postei sobre ele aqui. Contei da entrevista para Disciplina é Liberdade, a biografia de Geraldo Vietri que escrevi e lembrei de sua presença no lançamento e da foto que tiramos juntos e que eu nunca vira. Bom, a foto (de Fernandes Dias Pereira)  apareceu e está aí em cima, gentileza do Claudio Erlichman, da Imprensa Oficial. E abaixo, outra foto do lançamento: Plonka e sua esposa Olivia Camargo junto com Duarte Gil e Lisa Negri, dia 28 de março, na Cinemateca de São Paulo. Foto gentilmente enviada por Duarte Gil.

Duarte Gil, Plonka, Lisa Negri e Olivia Camargo

E também tem mais trechos da entrevista de Plonka, que relembra fatos marcantes de sua carreira.

                                                   Primeiros Tempos
“Fui dublador durante um bom tempo e graças a minha voz forte, dublei os principais nomes do cinema de horror. Devido a minha voz pesada, fazia as vozes dos atores mais velhos e nunca dublei alguém da minha idade.”

“No dia-a-dia da TV Tupi, passávamos mais tempo na emissora do que em nossas casas. Para gravar o teleteatro TV de Comédia, no sábado, eu chegava de tarde e voltava pra casa na manhã do dia seguinte. Gravava à noite. Ia para casa, morava no Bom Retiro, Rua Prates, passava numa padaria e a vizinhança achava que eu era um vagabundo que chegava em casa às sete da manhã.”

“Um dos sucessos do TV de Comédia foi O Homem que Sabia Javanês. Eu fazia o personagem título, um estelionatário que vai atrás de um anúncio de jornal procurando alguém que fale javanês. Tinha que inventar as palavras de uma língua que não existe. E o  Vietri se divertia muito com isso.”


                                             Acidente em Nino, O Italianinho
“Estávamos gravando, Vietri me disse que encerraria, escureceria em mim num cenário, eu pegaria minha mala e a cena já começaria comigo entrando num outro cenário. Quando saí de um estúdio e fui entrar no outro, pisei no cabo da câmera. E quando caí, o corpo virou e a perna não, entrei embaixo do carrinho da câmera. Tive uma fratura que a o osso do lado da perna veio parar em cima do pé. O câmera Decio viu, eu não sabia o que tinha acontecido e só percebi quando ele falou para o Vietri que eu tinha quebrado a perna. A gravação parou, me puseram no carro e me levaram para o hospital Samaritano, na Pompéia. Não precisou operar, mas pra colocar no local me deram uma raquiniana, aquela que você não pode levantar a cabeça, tem que ficar deitado retinho, porque senão fica com dor de cabeça pro resto da vida. Fiquei no hospital e o elenco inteiro ficou comigo para eu não me mexer: Juca de Oliveira, Tony Ramos... No dia seguinte fui embora, engessado até acima do joelho.
Como era gênio, Vietri pega uma cena em que Dirce Migliaccio e Lucia Mello entram correndo no final do capítulo dizendo “Seu Max quebrou a perna”. Em alguns capítulos comentavam que seu Max estava no hospital. Gravei algumas cenas no hospital, com a perna engessada, o pessoal indo me visitar, e era muito engraçado... Quando melhorei, troquei o gesso por uma botinha, recomecei a gravar. Nessa época, eu apresentava o programa de calouro Os Bons do Plonka, sentado num banquinho. “


                                                Novelas da Tupi
“Os problemas dos jovens da época (1967) era o tema de Os Rebeldes. Meu personagem era o dono da cantina, casado com a Olivia Camargo, hoje minha mulher. Felipe Levy também trabalhava na cantina e meu personagem tinha ciúmes dele, achava que dava em cima da Olivia. A parte da cantina quebrava o acentuado tom de drama, as situações mais tensas. Foi a primeira novela do Vietri em que apareciam personagens cômicos.”

“Em Nino, O Italianinho, o toque cômico do meu personagem, o seu Max, vinha do jeito dele ser, do jeito de falar. Em Vitória Bonelli, eu vivia um homem misterioso, que não falava da vida dele, que tinha sido abandonado pela mulher e pelos filhos. Joca, meu personagem em A Fábrica, era gago e dividia um quarto com o Pepê (Lima Duarte), que fazia um curso por correspondência. Lima e eu éramos uma dupla, dois operários.”

“O primeiro judeu que eu criei foi o Max Blinder de Nino, O Italianinho. Quando a novela começou, a colônia ficou arrepiada, achou que ia ser depreciativo e acabei depois fazendo palestra na Hebraica. Já o Farc de João Brasileiro era um imigrante, namorava a personagem da Elizabeth Hartmann. Era um mascate e saía para vender com as malas dele. Morava na pensão da Dona Pina (Nair Bello). Era complicado gravar com a Nair, porque ela não podia olhar na minha cara que tinha acesso de risos.”

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