segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Jorge Fernando: Eu sou o show



Releio a entrevista que fiz e da qual guardo ótimas lembranças, na primavera de 1994, com Jorge Fernando. Foi na revista Video News), era um perfil cinematográfico. Ele se preparava para começar a dirigir A Próxima Vítima e recebeu a mim e ao fotógrafo Hamilton Penna na casa dele, em Copacabana. Foi uma delícia de entrevista e ao final ele falava de um filme que pretendia dirigir: A Noite do Oscar, baseado em peça de Vicente Pereira. Abaixo alguns trechos:

A cobertura na Avenida Atlântica, em Copacabana, é a cara de Jorge Fernando. Logo na entrada da sala ampla, um painel cheio de fotos de amigos. O ambiente é repleto de cartazes de musicais da Broadway nas paredes (O Fantasma da Ópera e Miss Saigon, entre eles), sua assinatura em neon, estantes cheias de fitas de vídeo, videolaser, CDs, livros de cinema e teatro. Os semideuses James Dean e Marilyn Monroe reinam soberanos em tamanho natural, na parte reservada para o móvel com a imensa TV Mitsubishi e a aparelhagem de som. Em outra parede, o destaque é para um "herege" poster da versão hollywoodiana da Santa Ceia, com Marilyn ao centro, cercada por ícones como Clark Gable, James Dean e O Gordo e o Magro.

É no cinema mesmo que se mantém em dia com as novidades. Quase ritual: toda sexta, ele está na primeira sessão e quase sempre sozinho. Deixa o vídeo para a madrugada, horário em que chega em casa elétrico: "É para esquecer da agitação e relaxar mesmo", avisa.

Começa a assistir na sala, às vezes interrompe para comer alguma coisa, passa para o quarto, adormece e recomeça do mesmo ponto no dia seguinte. "Sempre durmo vendo um filme", conta

"Sou muito cafona. Meus gostos sempre foram considerados bregas, mas nos últimos tempos virei cult", debocha o admirador de Cher. Lembra que pagou 400 dólares para assistir a um show da estrela de Feitiço da Lua e ela simplesmente estava nos dias de Tim Maia e não apareceu.
Outra de suas preferidas - ele avisa que não tem ídolos - é Barbra Streisand, inclusive dirigindo: "Ela deve ser tão chata, pois os filmes são tão perfeitos", diz às gargalhadas. Bette Midler, Julie Andrews ("adoro A Noviça Rebelde") e Susan Sarandon também merecem elogios, junto com Liza Minnelli. Até já dublou la Minnelli cantando Cabaret em um musical colagem.

Anda doido para estrear como diretor de cinema e o projeto de seus sonhos é A Noite do Oscar, peça de Vicente Pereira que roteirizou e já decupou. A trama acontece durante a última transmissão do Oscar, minutos antes de a terra acabar e Jorge Fernando criou os cinco filmes concorrentes, todos com histórias curtas e completas e cada um de um gênero: musical, policial, comédia, terror. "É assim tipo a volta do musical, da chanchada, tipo Watson Macedo está voltando", diz o chanchadeiro de carteirinha.

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