Nem lembro se fazia sol naquele sábado ou se já começara a temporada de chuvas que animou aquele verão. Só lembro que era sábado, uma tarde de sábado e os manda-chuvas estavam em plena caça de criaturas que lançavam baforadas ao deus dará. Foi então que dois arrobas resolveram baforar as maisons e chatôs das autoridades do banir a fumaça, que a cada dia se assemelhavam mais a vampiros de outros tempos – nada a ver com os charmosos seres das trevas True Blood e Crepúsculo daqueles anos.
E sábado, toda tarde de sábado, lá estavam os arrobas malucos no ato frenético, logo batizado de fumacê. E mais arrobas foram chegando, que arroba adora um fuzuê. Vieram até paparazzi e os arrobas debochavam deles. Nada de caras, faces, quens, vejas, épocas e outras impressas, apenas o império das arrobas na fogueira das vaidades de sempre.
Toda tarde de sábado era de fumacê e os sinais, como se anunciados pelos sinos de Belém, chegavam a distantes recantos. Homens e mulheres arrobas se divertiam à mancheia, vestidos de bionças, de madonnas ou de nobres ingleses na tradicionalíssima caça à raposa. Era de chorar fumacês, era de chorar abolições, numa linguagem que, para os arrobas, nada tinha a ver com lágrimas, muito pelo contrário. Que nossa senhora da Queridolândia proteja os arrobas. Obrigado. Amém. Y bolotas.
2 comentários:
Coisa mais linda amigo!
Eu já disse que vc foi um presente que a vida me deu, não disse? Pois então. ;-)
Adoro muito vc!
Beijo!
Muito legal. Parabéns.
Muito bem escrito. Peculiar e bacana de ler.
Abs
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