No jornal,
um amor do poeta espanhol García Lorca mantido em segredo durante 70 anos. É linda
(e triste) a história de amor do jornalista e crítico de arte espanhol Juan Ramírez de Luca, que morreu em
2010, com 93 anos. Só aí deixou revelar sua relação de juventude com Lorca e
encarregou uma irmã de tornar público os desenhos, cartas, poemas e o diário
que mantinha guardados em uma caixa de madeira desde os 19 anos. Vale ler a
matéria do El País (link lá embaixo).
Dulce e Marilyn Monroe |
Essa história de amor mantida em segredo me levou
a uma outra que está no livro Lembranças de Hollywood (Imprensa Oficial), as
memórias de Dulce Damasceno de Brito escritas
por Alfredo Sternheim. Jornalista, Dulce foi correspondente dos Diários
Associados e O Cruzeiro na Hollywood dos anos 50, o período de ouro do cinema
americano. Entrevistou e conviveu com todos aqueles que hoje são mitos: Marlon
Brando, Marlene Dietrich, Elizabeth Taylor, Carmem Miranda e conta histórias
saborosas deles.
Pela metade do livro, a revelação que ela esperou cerca de 50 anos para tornar pública. Vou copiar aqui tal e qual como está lá:.
“Uma data, um compromisso inesquecível em minhas
lembranças: 3 de fevereiro de 1954, Paramount Studios, 15 horas. Entrevista
marcada no set de As Pontes de Toko-Ri, com Fredric March. Recebida pelo astro
na porta do seu camarim, contei que havia me apaixonado por ele aos 4 anos,
quando o vi em Anna Karenina, 1935, ao lado de Greta Garbo e, em seguida, em
Nasce Uma Estrela, 1937, com Janet Gaynor. Ali mesmo começou um romance entre
nós. Ele estava com 57, eu bem mais jovem. Uma difererença e tanto. Ele me
chamava Dolce e eu de Marcho. Foi o primeiro homem da minha vida. Esperei cerca
de 50 anos para tornar pública essa rápida relação”.
É uma linda história, a da jovem repórter iniciada
nas artes do amor pelo ídolo da infância. “Foi o meu único romance em
Hollywood. Mas não a minha única paixão”, ela diz mais adiante. Dulce morreu em
2008, com 82 anos, e, assim como o
namorado de Lorca, manteve seu amor embalado na discrição durante décadas. Amores
de outros e mais discretos tempos.
Abaixo, o link para a reportagem El amor oscuro de García Lorca, no El País:
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