Sim, os nomes carregam uma força. É teoria minha, boba
e sem peso como toda teoria, o que não deixa de ter um sabor. Gosto de ir
traçando um perfil para os nomes de acordo com as pessoas (reais ou fictícias)
que vou conhecendo. Ontem, matutava sobre Tereza, a partir da personagem da
Fernanda Montenegro na novela Babilônia. Tereza é nome de mulher forte,
decretei e fui listando algumas para fundamentar a afirmação. Daí me veio o
diminuitivo: Terezinha é nome de mulher sofrida, volta e meia atropelada pela
vida. Exemplos? A Terezinha da canção do Chico Buarque puxa a lista ao lado de
uma amiga de adolescência que parecia ter uma nuvem carregada vagando por sobre
ela, tantas as tragédias que ia vivendo em tão poucos anos.
Lembrei dessa divagação em torno de Tereza Terezinha agora de manhã, ainda acordando e com aqueles restos de sonhos e pesadelos que costumam nos acompanhar no despertar para um novo dia. É que se chama Terezinha a mãe de Eduardo, o menino de 10 anos assassinado pela polícia, ontem, no Morro do Alemão. Ontem, fui dormir pensando nela, naquela declaração que jamais esqueceria o rosto do policial que acabou com a vida de seu filho, que foi atrás dele e teve uma arma apontada. Pensei na ficção para amainar a dureza da realidade e me veio Anna Magnani naquele clássico neo realista italiano, correndo desesperada e doida atrás dos tanques da repressão. Terezinha Maria de Jesus, meu coração está contigo, nesta sexta santa, dia em que, na minha meninice, as igrejas cobriam os santos com panos roxos. E eu ficava maravilhado e aterrorizado com aquilo.
3 comentários:
Lindo texto !
Lindo!
Obrigado dar nome e voz à compaixão, pela dor.
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