Dois andares, bem simplinha
e discreta a casa. O embranquiçado encardido sinalizava a decadência também
visível na vizinhança de galpões e outras mal tratadas residências de dois
andares. Do outro lado da rua, a uns 50 metros, um concorrido ponto de ônibus e
do lado dele um motel com jeito daqueles de beira de estrada. Só com muita boa
vontade podia se imaginar um castelo ali. No pequeno neon na entrada um “bem-vindo”
emoldurado num daqueles sorrisos com jeito de emoticon e o nome do estabelecimento
Castelinho do Amor pra não deixar dúvidas de que de um puteiro se tratava. E
barato, bastava olhar pra perceber, local para programas rápidos.
Aqui funcionou o Castelinho do amor |
Certo dia, de surpresa, encontrei o Castelinho do Amor fechado. Percebi que o neon sorriso bem vindo mudara
para uma casa cor de carmim na esquina, mas o nome “castelinho do amor” não.
Foram alguns meses de sinais de abandono maiores a cada dia até o corte final:
a casa estava no chão e sinal dela só nas paredes laterais das residências
vizinhas. Faz algum tempo da demolição e até um muro surgiu e foi grafitado. Do
lado direito, mais duas casas, e depois um muro imenso, do mesmo material,
esconde o terreno enorme de novo empreendimento comercial/residencial na
valorizada região. Não existe mais espaço para Castelinho de amor em SP.
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