Os
livros na estante, mexer neles, pegá-los ao acaso, folheá-los: Eis algo que me
traz muito prazer e “redescobertas”. Abaixo uma delas, um trecho da bio de
Hélio Pelegrino na série Perfis do Rio, escrita por Paulo Roberto Pires.
“Menos
emocionado e infinitamente mais inusitado foi o encontro entre Hélio e Gabriel
García Marquez, que então dava os últimos retoques em O amor nos tempos do cólera e também fora a Cuba para uma reunião
de intelectuais com o líder cubano. Durante horas, ambos travam um diálogo
inacreditável, transcrito por frei Betto em O
paraíso perdido:
- Os
homens se dividem entre os que cagam bem e os que cagam mal – disse Gabo,
confessando-se estar incluído entre os segundos e ter inveja dos primeiros.
- É
isso mesmo – animou-se Hélio, que não iria perder a chance de criar uma tese. –
O sujeito, ao sentar na privada, entra em contato com aquilo que é mais abjeto
em sua intimidade, a excrescência repelida pelo organismo e seu odor fétido. Há
quem retenha as fezes como se temesse perder parte de si mesmo. Neste caso, o
sujeito caga como quem sofre uma cirurgia, sofrendo que as vísceras lhe escapem
por baixo.
- Eu
gostaria de cagar na hora certa, como os europeus que se levantam da mesa do
café e se dirigem à privada – diz o escritor.
-
Alguém deveria fazer um estudo comparativo sobre a consistência do cocô. Há
bostas piramidais, bostas compridas como a dos cães, bostas aguadas e disformes,
como quem está sempre de caganeira – prossegue Hélio numa conversa infindável”.
Quer
seguir no assunto? No link abaixo, a classificação do cocô segundo Vinicius de
Moraes e Ronaldo Bôscoli
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