Composição só dele, Morro Velho é das minhas preferidas
do Milton Nascimento e tem várias gravações maravilhosas. Guardo um xodó
especial por uma Elis Regina, gravação ao vivo em show no Anhembi em 1977. Ao
final ela chora ("tô boba, chorando à toa") cantando a história de
dois garotos, um filho de preto outro de branco, um do empregado e outro do
patrão. Pra mim é a Casa Grande e Senzala da música brasileira.
Na excelente série Milton e o Clube da Esquina (seis
episódios curtos e disponíveis no Canal Brasil, inclusive pra não assinantes,
Milton conta a "história da canção". É no segundo episódio e depois ele
canta Morro Velho com Criolo.
"A gente morava no Sul de Minas e o Wagner (Tiso) tinha uns parentes numa outra cidade. Nós fomos pra lá pra essa
fazenda dos parentes dp Wagner e conhecemos um cara que se chamava Aniceto e
que tinha um filho que convivia com o pessoal da fazenda, um cara demais.
Então, tudo que tem no Morro Velho é verdade."
Milton já havia falado sobre Morro Velho numa longa entrevista a Márcio Borges que está no encarte da caixa Uma Travessia Musical.
"Morro Velho eu fiz quando eu morava em São Paulo, baseado numa coisa que eu quase vivi, né, que eu fui testemunha de um pessoal de uma fazenda lá no interior de Minas, onde a gente ia passar férias, com o pessoal parente do Wagner Tiso, e tinha esse cara, que é o camarada, que era um cara muito legal, com os filhos dele, assim, e o trem passava ali perto... Então Morro Velho é uma coisa de verdade, não é uma coisa que eu sou o protagonista, mas isso realmente existiu, como quase todas as músicas que a gente fez são vindas de fatos da nossa vida."
A gravação com Elis Regina, ao vivo no Anhembi em 1977
Um comentário:
muito bom esse especial
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