Do G1: Fonte Inpe imagem de satélite em 18/8/2019. Infográfico de 19/8/2019 |
Adeus, agosto. Alô, setembro
Agosto, todo mundo sabe, nunca foi fácil. Este que
vai nos deixar amanhã à meia-noite e pareceu durar uns seis meses, cumpriu a
tradição. Algo em comum durante todos os dias do mal cantado mês: não houve um
em que não surgisse alguma merda da boca maldita do asno que nos governa. E
também vazamentos quase diários com as safadezas dos procuradores justiceiros
de Curitiba - pra que citar nomes, todos sabem quem são os lazarentos que
seguem por aì à espera do que a bandidagem lhes reserva.
E houve uma novidade que nem tão novidade é:
Amazônia ardendo em chamas, só que dessa vez instigada/autorizada pelo discurso
de ódio do asno que nos governa (melhor não escrever esse nome e nem dizer "presidente" - aqueles truques bobos pra sobreviver). O massacre à
floresta foi tamanho que provocou escândalo mundial e só a partir daí houve
algum reconhecimento do caos por lá.
Agosto levou muita gente: Ruth de Souza, João
Carlos Barroso e Fernanda Young, tão nova ela. Muito mais gente se foi, cito
esses três até pra lembrar que artistas são perseguidos, a cultura virou a Geni
desses tempos esquisitos e seguiu xingada durante agosto inteiro. Houve até
ataque de grupelho fascista com pedras de gelo e lixo em cima de artistas numa noite fria num festival
de cinema lá naquele estranho estado ao sul.
O mais patético: A tarde virou noite em São
Paulo, numa certa segunda-feira pra não esquecer. Sim, com ação das fumaças das
queimadas combinada com outros fatores fez-se a noite em plena tarde e não
clareou mais até que a noite verdadeira viesse e o temor que não amanhecesse no dia seguinte. Nunca antes: na maior cidade da América do
Sul, 19 de agosto foi o dia com a noite mais longa. Como assim? Sabe os deuses?
Eles são poderosos. E ninguém me tira da cabeça que essa noite que se abateu
sobre SP foi ação deles pra chamar atenção sobre a destruição da natureza. Que
mistério sempre há de pintar por aí.
Passadas as águas de agosto, domingo é setembro e
uma voz insiste em dizer: a primavera vem aí e ela vem linda. Acredito. É
preciso acreditar em algo. E Lula Livre, por favor.
* Esse adeus a agosto vem inspirado numa
crônica de Caio Fernando Abreu. O título, algumas frases e a ideia são
completamente chupados de Caio F. Abaixo, o link pra crônica inspiradora, que
segue atualísima.
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