A primeira foto é de Homem, Besta e Virtude, peça de 1962 |
Leio na capa do site: "Morre João Carlos Barroso, de Roque Santeiro e Zorra Total". A matéria baseia-se em publicação das sobrinhas dele na internet e começa assim: "O veterano ator João Carlos Barros morreu ontem, aos 69 anos". Veterano? 69 anos? Conta que ele começou aos 11 anos num filme argentino. Que filme? Não revela.
João Carlos Barroso faz
parte de minhas lembranças de menino noveleiro, sempre como coadjuvante, o amigo
de alguém. Parto para uma busca rápida de seus primeiros passos na carreira. O
filme argentino é de 1961, chama-se Pedro e Paulo. Como uma coisa leva a outra,
no ano seguinte estava no palco em Homem, Besta e Virtude, de Pirandello, produção
do Teatro dos Sete, o célebre grupo de Fernanda Montenegro, Sergio Brito e
Ítalo Rossi, que estrelavam a peça, dirigida por Gianni Rato. Por "sua
espontaneidade" no papel do pequeno Nonô, o menino ganhou elogios da
crítica, prêmio de revelação teatral infantil de 1962 e matéria de jornal (ao lado). Vieram teleteatros:
Teatro dos sete, Grande Teatro Tupi e Grande Teatro Infantil, dirigido por Fabio
Sabag. Em 1965, aos 15 anos, estava
em Rua da Matriz, na Globo, fazendo o filho da família,
claro. No ano seguinte, na Excelsior, na "primeira telenovela juvenil",
dizia o anúncio de jornal: A Ilha do Tesouro (à direita).
Estúpido Cupido |
A transição do ator infantil não costuma ser fácil. A de João Carlos parece não ter fugido à regra.
Nos arquivos digitais, o nome dele só volta a aparecer no começo dos anos 70,
quando tinha uns 20 anos (nasceu em 28 de fevereiro de 1950) e no teatro -
Tudo no Jardim, de Albee, com Maria Della Costa, em 1971 e Peru, vaudeville de
Feydeau, um sucesso em 1972. Deve ter sido essa que o levou a TV como filho de
Zeca Diabo (Lima Duarte) em O Bem Amado. E a partir daí, atua em várias das
novelas mais conhecidas da Globo dos anos 70: Os Ossos do Barão, Pecado
Capital, Estúpido Cupido, Locomotivas, O Pulo do Gato, Pecado Rasgado, Marrom
Glacê, Chega Mais...
Abaixo, a primeira peça e o cartaz do primeiro filme de João Carlos Barroso, ainda menino
Revista Manchete, 1962 |
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