terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

A história das canções: Tudo que tem no MORRO VELHO é verdade, diz Milton Nascimento


Composição só dele, Morro Velho é das minhas preferidas do Milton Nascimento e tem várias gravações maravilhosas. Guardo um xodó especial por uma Elis Regina, gravação ao vivo em show no Anhembi em 1977. Ao final ela chora ("tô boba, chorando à toa") cantando a história de dois garotos, um filho de preto outro de branco, um do empregado e outro do patrão. Pra mim é a Casa Grande e Senzala da música brasileira.

Na excelente série Milton e o Clube da Esquina (seis episódios curtos e disponíveis no Canal Brasil, inclusive pra não assinantes, Milton conta a "história da canção". É no segundo episódio e depois ele canta Morro Velho com Criolo.

"A gente morava no Sul de Minas e o Wagner (Tiso) tinha uns parentes numa outra cidade. Nós fomos pra lá pra essa fazenda dos parentes dp Wagner e conhecemos um cara que se chamava Aniceto e que tinha um filho que convivia com o pessoal da fazenda, um cara demais. Então, tudo que tem no Morro Velho é verdade."

Milton já havia falado sobre Morro Velho numa longa entrevista a Márcio Borges que está no encarte da caixa Uma Travessia Musical
"Morro Velho eu fiz quando eu morava em São Paulo, baseado numa coisa que eu quase vivi, né, que eu fui testemunha de um pessoal de uma fazenda lá no interior de Minas, onde a gente ia passar férias, com o pessoal parente do Wagner Tiso, e tinha esse cara, que é o camarada, que era um cara muito legal, com os filhos dele, assim, e o trem passava ali perto... Então Morro Velho é uma coisa de verdade, não é uma coisa que eu sou o protagonista, mas isso realmente existiu, como quase todas as músicas que a gente fez são vindas de fatos da nossa vida."

A gravação com Elis Regina, ao vivo no Anhembi em 1977


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Sting na Amazônia, Democracia em Vertigem e as voltas do mundo

Abertura da matéria de sete páginas da revista Manchete, em dezembro 1987

Em 1987, Sting lotou o Maracanã com a turnê mundial do disco Nothing Like The Sun. Foi nessa viagem que ele visitou a Amazônia. O convite veio do cineasta belga Jean-Pierre Dutileux, que em 1978 havia dirigido o documentário Raoni. É Dutileux quem assina a reportagem e as fotos da matéria de sete páginas na revista Manchete (acima). Sting hesitava em aceitar o convite e Trudie Tyler, a esposa dele não tinha dúvida, conta a cineasta Petra Costa em um post no instagram sobre Trudie, que promoveu uma exibição em Nova York de Democracia em Vertigem, o documentário que concorre ao Oscar.  

Petra e Elena
"Essa viagem ia mudar tanto o rumo da vida deles quanto da própria Amazônia", escreve Petra, que nessa época tinha quatro anos. E aí vem uma história interessante. Pra juntar: Em 2013, Petra fez Elena, um documentário resgate afetivo da história da irma mais velha morta precocemente. Agora, a relação de Sting + Trudie + Elena, contada por Petra:
"Minha irmã que era fã incondicional de Sting, me contava de como conseguiu se intrometer e ir junto. Achava que era mentira, mas ontem confirmei com Trudie."

Abaixo o post de Petra Costa no Instagram:
 
Trudie e Petra: foto do instagram da cineasta
"Essa é Trudie Styler, mulher mais que impressionante que tive a honra de conhecer ontem. Nos anos 80 ela e seu marido Sting foram dar um show no Maracanã e receberam um convite para ir para a Amazônia. Ele hesitava, ela não tinha dúvida. Essa viagem ia mudar tanto o rumo da vida deles quanto da própria Amazônia. Minha irmã que era fã incondicional de Sting, me contava de como conseguiu se intrometer e ir junto. Achava que era mentira, mas ontem confirmei com Trudie. Ela generosamente foi anfitriã de uma sessão do filme aqui em NY e escreveu esse post poema. Ela me lembra os anjos do filme Asas do Desejo, sua presença eleva todos à sua volta. Gracias Trudie."


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O filme Barbie está por todo lado. E de tanto ouvir falar em boneca, me lembrei de um texto de Vange Leonel sobre elas e fui até grrrls - Ga...