domingo, 14 de agosto de 2011

Uma mulher sobre influência

Assim que ouvi Climax, da Marina Lima, fiquei doido por Lex, que tem subtítulo: My Weird Fish. Peraí: Weird Fishes é uma do Radiohead, de In Rainbow, aquele disco que eles colocaram na rede muito antes do lançamento nas lojas? É. A canção homenagem da Marina é um primor de sons e palavras (“queria mesmo morar às margens to teu Alentejo”). E quando o show foi pro Rio, ela incluiu de surpresa Creep, um hino Radiohead (Na estréia em SP ela tocou Beatles – In My Life)


Resolvi lançar radiohead marina lima no Google e achei uma entrevista de dois anos atrás pra Webradiofm http://bit.ly/oA8nci quando Marina apenas pensava no disco novo. “Radiohead é o que há! Sabe que um dos guitarristas já veio algumas vezes ao Brasil e tinha reparado que, volta e meia, há coisas de harmonia que parecem Chico Buarque? Como é que eles conhecem isso? Eles misturam tudo. Usam a eletrônica, acordes do estilo dos ingleses e reinventam muito, acho maravilhoso…”


Também acho Radiohead maravilhoso, talvez a última banda a influenciar geral. Já li músicos tão diferentes, como Vitor Ramil, se revelando ouvinte atento. E o uruguaio Jorge Drexler tem uma versão pra High and Dry que me pega.


Bom, mas eu falava de Radiohead e Marina Lima e ela tem algo em comum com a banda de Thom Yorke: é uma misturadora, reinventadora ousada e faz muito atenta às eletronices. Lex coloca Radiohead lado a lado (e sem a menor estranheza) com os sambas afros de Vinicius de Moraes e Baden Powell.
E sempre foi assim: já houve os tempos de Donald Fagen (Doida de Rachar versão para Maxine) e Stevie Wonder (Pé na Tábua, versão para Ordinary Pain). Nirvana é outro. E não só medalhões: Algo me Pegou é versão para Something´s got me da Lori Carson e Não Estou Bem Certa, de Terence Trent D´Arby, uma fugaz promessa soul. E nem só estrangeiros: ecos daquela sonoridade Elizete Cardoso em várias de suas canções mais harmoniosas.

Na entrevista que citei acima, ela falava de regravar You´re My Thrill, da Billie Holiday, que acabou fora de Climax. Mas Billie Holiday não ficou fora da discografia da cantora: Lady Sings the Blues é destaque do Show Todas (1986). São as revisitações de Marina Lima, sem nada de saudosismo e sempre atenta aos novos tempos. Ueba!






2 comentários:

Betha Medeiros disse...

Adorei!!!! Faltou apenas citar outra influência importante pra sua música: Stevie Wonder que ela gravou Ordinary Pain (Pé na tábua).
Ela é demais e acho que ainda subestimada tanto pelo público quanto para imprensa especializada em música. Principalmente na sua fase atual tão inspirada, densa, sensível.

Bj!

Betha Medeiros disse...

Ih, é verdade!!! Aloka passou batida pelo Stevie!!! rsrs
Então tá perfeito!!
Bjks! :)

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