Clarice Lispector |
Assim começava o post que aqui escrevi em fevereiro do ano passado. A tal crônica (que posto abaixo) tratava de um cantor e compositor baiano que ligava pra ela de madrugada. Pra mim, desde a primeira vez que li, era Caetano Veloso. Só podia ser.
Dedé e Caetano Veloso |
Pronto: consegui decifrar um dos mistérios de Clarice. “Será que era Caetano??? E Ana, que era ferina com Clarice, Quem será essa Ana??? Quem souber que me conte. Por favor”, assim encerrava o meu post. E porque a vida é louca, porque tudo tá ligado e não existe mistério nenhum nisso, foi o próprio Caetano Veloso quem me contou. Por vias indiretas, certo, mas que Caetano contou pra mim contou.
P.S: Opa, resta ainda uma dúvida: quem era Ana, que estava na reunião e era ferina com Clarice, Caetano?
A crônica de Clarice Lispector:
“Um dia acordei às quatro da madrugada. Minutos depois tocou o telefone. Era um compositor de música popular que faz as letras também. Conversamos até seis horas da manhã. Ele sabia tudo a meu respeito. Baiano é assim? E ouviu dizer coisas erradas também. Nem sequer corrigi. Ele estava numa festa e disse que a namorada dele – com quem meses depois se casou – sabendo a quem ele telefonava, só faltava puxar os cabelos de tanto ciúme. Na reunião tinha uma Ana e ele disse que ela era ferina comigo. Convidou-me para uma festa porque todos queriam me conhecer. Não fui.”
O link pro meu post original:
http://viledesm.blogspot.com/2010/02/clarice-e-o-misterio-do-compositor.html
O link pra coluna do Caetano em O Globo:
http://bit.ly/oF9MRr
2 comentários:
Talvez a mulher de Torquato Neto, que se chama(va) Ana.
Na realidade, a letra desta canção não é do Caetano mas do Torquato Neto. Ou melhor, é um poema do Torquato que o Caetano musicou e de forma magnífica. Eu conheço o poema antes da canção e ao ouvi-lo já musicado, foi como se tivesse sido eu que o compusera. O entrosamento entre a linha melódica típica da modinha brasileira com harmonia modais, renascentistas, trouxeram-me o ambiente do Nordeste de forma viva, encantadora.
Penso que o mais correto teria sido de encaminhar a sua interessante busca junto ao Torquato Neto, autor do poema, mas muito infelizmente este já nos deixou – e muito precocemente – no dia 10 de novembro de 1972. O mistério que tinha Clarice continua irresolvido. Pelo menos, para nós.
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