quinta-feira, 13 de abril de 2017

Autógrafos que não pedi e vieram a mim


Por timidez, falta de jeito e esquisitices outras, pedi autógrafos para poucos. Alguns, de pessoas que não conheci, me chegaram por vias tortas e se tornaram xodós.

O mais antigo é de Carlos Drummond de Andrade. Só a assinatura dele numa coletânea bilíngue publicada na França, em 1973. Será que eu já tinha ouvido falar do poeta então? Provavelmente não. Marisa Raja Gabaglia (ela apareceu terça no último Tá No Ar!) foi quem pediu o autógrafo e me deu o livro quando trabalhamos na redação do Diário Popular, começo dos anos 90. Mais: Marisa colocou uma dedicatória linda (Vilmar, como Drummond você pode dizer: “não estou vazio, não estou sozinho pois ando comigo algo indescritível”. É você) e assinou. Então, são dois autógrafos.

O de Hilda Hilst veio por vias muito da tortas. Comprei – novo e na livraria – o exemplar com Rútilo Nada, A Obscena Senhora D e Qadós. Só percebi o tesouro que tinha nas mãos ao chegar em casa e ver que estava assinado pela autora, com beijo e tudo. Como assim? Explico: um cara (vou omitir o nome porque ele pode aparecer) compareceu à sessão de autógrafos em 16/09/93 (há o comprovante do caixa), pagou 980,00 de sei lá qual moeda e esqueceu o livro, que foi colocado à venda e veio morar comigo.

Um autógrafo internacional me coloca a graus de separação de Brian Jones, Keith Richards e Mick Jagger, os Rolling Stones. É o de Marianne Faithfull em uma biografia que comprei na Espanha. Anos depois, meu amigo Eduardo Zaca fez a gentileza de pedir para Marianne autografá-lo num festival de Berlim em que ela lançava Irina Palm. Existem outros, vários outros, estes são muito queridos .


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