sexta-feira, 17 de abril de 2009

Os 90 anos da gata valente de pele de tigre

“As amarguras não são amargas quando quem canta é Chavela Vargas”. Quem fala é o espanhol Joaquin Sabina, também mestre em “levezas” da vida. Nesta sexta, 17 de abril, a mexicana Chavela Vargas completa 90 anos e sua voz carrega o peso dos anos de uma existência rica e maluca daquelas ovelhas negras que nunca hesitaram em transformar limões em limonadas. Dela se diz que tomou toda a tequila do México e que teve tantos amores (um dos mais conhecidos é Frida Kahlo) como desamores. E quando jovem fumava cigarro de palha e levava uma pistola no cinturão.

Sua biografia Y Si Quieres Saber Mi Passado fala de sua vida, sua morte e ressurreição. No final dos anos 70, enfrentou problemas de saúde devido ao alcoolismo e outros excessos e se retirou por quase dez anos. “Sai do inferno e o fiz cantando”, disse. E um dos responsáveis pela volta foi Pedro Almodovar que desde garoto era seu fã. Ele já disse que as canções de Chavela o encorajaram a abandonar sua cidadezinha e partir em busca de seus sonhos. Chavela canta em De Saltos Altos, A Flor do Meu Segredo e Carne Trêmula. Outra participação incrível no cinema é em Frida.

Chavela voltou recentemente para sua cidade natal, San Joaquín de Flores, na Costa Rica. O motivo? “Para estar perto do mar e para que as sereias venham me visitar”, disse

Abaixo, o começo de Por el Bulevar de los Sueños Rotos, que Joaquin Sabina compôs para ela:
En el bulevar de los sueños rotos
vive una dama de poncho rojo,
pelo de plata y carne morena.
Mestiza ardiente de lengua libre,
gata valiente de piel de tigre
con voz de rayo de luna llena.

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