quinta-feira, 10 de maio de 2012

De amores e segredos


No jornal, um amor do poeta espanhol García Lorca mantido em segredo durante 70 anos. É linda (e triste) a história de amor do jornalista e crítico de arte espanhol Juan Ramírez de Luca, que morreu em 2010, com 93 anos. Só aí deixou revelar sua relação de juventude com Lorca e encarregou uma irmã de tornar público os desenhos, cartas, poemas e o diário que mantinha guardados em uma caixa de madeira desde os 19 anos. Vale ler a matéria do El País (link lá embaixo).

Dulce e Marilyn Monroe
Essa história de amor mantida em segredo me levou a uma outra que está no livro Lembranças de Hollywood (Imprensa Oficial), as memórias  de Dulce Damasceno de Brito escritas por Alfredo Sternheim. Jornalista, Dulce foi correspondente dos Diários Associados e O Cruzeiro na Hollywood dos anos 50, o período de ouro do cinema americano. Entrevistou e conviveu com todos aqueles que hoje são mitos: Marlon Brando, Marlene Dietrich, Elizabeth Taylor, Carmem Miranda e conta histórias saborosas deles.





Pela metade do livro, a revelação que ela esperou cerca de 50 anos para tornar pública. Vou copiar aqui tal e qual como está lá:.

Uma data, um compromisso inesquecível em minhas lembranças: 3 de fevereiro de 1954, Paramount Studios, 15 horas. Entrevista marcada no set de As Pontes de Toko-Ri, com Fredric March. Recebida pelo astro na porta do seu camarim, contei que havia me apaixonado por ele aos 4 anos, quando o vi em Anna Karenina, 1935, ao lado de Greta Garbo e, em seguida, em Nasce Uma Estrela, 1937, com Janet Gaynor. Ali mesmo começou um romance entre nós. Ele estava com 57, eu bem mais jovem. Uma difererença e tanto. Ele me chamava Dolce e eu de Marcho. Foi o primeiro homem da minha vida. Esperei cerca de 50 anos para tornar pública essa rápida relação”.

É uma linda história, a da jovem repórter iniciada nas artes do amor pelo ídolo da infância. “Foi o meu único romance em Hollywood. Mas não a minha única paixão”, ela diz mais adiante. Dulce morreu em 2008, com 82 anos, e,  assim como o namorado de Lorca, manteve seu amor embalado na discrição durante décadas. Amores de outros e mais discretos tempos.

Abaixo, o link para a reportagem El amor oscuro de García Lorca, no El País:

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