terça-feira, 13 de agosto de 2019

João Carlos Barroso: os primeiros passos de um ator coadjuvante


A primeira foto é de Homem, Besta e Virtude, peça de 1962

Leio na capa do site: "Morre João Carlos Barroso, de Roque Santeiro e Zorra Total".
 A matéria baseia-se em publicação das sobrinhas dele na internet e começa assim: "O veterano ator João Carlos Barros morreu ontem, aos 69 anos". Veterano? 69 anos? Conta que ele começou aos 11 anos num filme argentino. Que filme? Não revela.

João Carlos Barroso faz parte de minhas lembranças de menino noveleiro, sempre como coadjuvante, o amigo de alguém. Parto para uma busca rápida de seus primeiros passos na carreira. O filme argentino é de 1961, chama-se Pedro e Paulo. Como uma coisa leva a outra, no ano seguinte estava no palco em Homem, Besta e Virtude, de Pirandello, produção do Teatro dos Sete, o célebre grupo de Fernanda Montenegro, Sergio Brito e Ítalo Rossi, que estrelavam a peça, dirigida por Gianni Rato. Por "sua espontaneidade" no papel do pequeno Nonô, o menino ganhou elogios da crítica, prêmio de revelação teatral infantil de 1962 e matéria de jornal (ao lado). Vieram teleteatros: Teatro dos sete, Grande Teatro Tupi e Grande Teatro Infantil, dirigido por Fabio Sabag. Em 1965, aos 15 anos, estava em Rua da Matriz, na Globo, fazendo o filho da família, claro. No ano seguinte, na Excelsior, na "primeira telenovela juvenil", dizia o anúncio de jornal: A Ilha do Tesouro (à direita).

Estúpido Cupido
A transição do ator infantil não costuma ser fácil. A de João Carlos parece não ter fugido à regra. Nos arquivos digitais, o nome dele só volta a aparecer no começo dos anos 70, quando tinha uns 20 anos (nasceu em 28 de fevereiro de 1950) e no teatro - Tudo no Jardim, de Albee, com Maria Della Costa, em 1971 e Peru, vaudeville de Feydeau, um sucesso em 1972. Deve ter sido essa que o levou a TV como filho de Zeca Diabo (Lima Duarte) em O Bem Amado. E a partir daí, atua em várias das novelas mais conhecidas da Globo dos anos 70: Os Ossos do Barão, Pecado Capital, Estúpido Cupido, Locomotivas, O Pulo do Gato, Pecado Rasgado, Marrom Glacê, Chega Mais...



No final dos 70, como praticamente todos os atores da época estrelou uma pornochanchada: Nos Tempos da Vaselina, ao lado de Aldine Muller. Sim, era uma sátira "picante" a Nos Tempos da Brilhantina (Grease), o sucesso de então de John Travolta e Olivia Newton John. A busca poderia continuar, mas eu estava atrás mesmo dos primeiros passos do ator João Carlos Barroso, o rosto conhecido de minha meninice.







Abaixo, a primeira peça e o cartaz do primeiro filme de João Carlos Barroso, ainda menino
Revista Manchete, 1962



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