sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Adeus, agosto. Alô, setembro

Do G1: Fonte Inpe imagem de satélite em 18/8/2019. Infográfico de 19/8/2019
                                         

               Adeus, agosto. Alô, setembro

Agosto, todo mundo sabe, nunca foi fácil. Este que vai nos deixar amanhã à meia-noite e pareceu durar uns seis meses, cumpriu a tradição. Algo em comum durante todos os dias do mal cantado mês: não houve um em que não surgisse alguma merda da boca maldita do asno que nos governa. E também vazamentos quase diários com as safadezas dos procuradores justiceiros de Curitiba - pra que citar nomes, todos sabem quem são os lazarentos que seguem por aì à espera do que a bandidagem lhes reserva.

E houve uma novidade que nem tão novidade é: Amazônia ardendo em chamas, só que dessa vez instigada/autorizada pelo discurso de ódio do asno que nos governa (melhor não escrever esse nome e nem dizer "presidente" - aqueles truques bobos pra sobreviver). O massacre à floresta foi tamanho que provocou escândalo mundial e só a partir daí houve algum reconhecimento do caos por lá. 

Agosto levou muita gente: Ruth de Souza, João Carlos Barroso e Fernanda Young, tão nova ela. Muito mais gente se foi, cito esses três até pra lembrar que artistas são perseguidos, a cultura virou a Geni desses tempos esquisitos e seguiu xingada durante agosto inteiro. Houve até ataque de grupelho fascista com pedras de gelo e lixo em cima de artistas numa noite fria num festival de cinema lá naquele estranho estado ao sul.

O mais patético: A tarde virou noite em São Paulo, numa certa segunda-feira pra não esquecer. Sim, com ação das fumaças das queimadas combinada com outros fatores fez-se a noite em plena tarde e não clareou mais até que a noite verdadeira viesse e o temor que não amanhecesse no dia seguinte. Nunca antes: na maior cidade da América do Sul, 19 de agosto foi o dia com a noite mais longa. Como assim? Sabe os deuses? Eles são poderosos. E ninguém me tira da cabeça que essa noite que se abateu sobre SP foi ação deles pra chamar atenção sobre a destruição da natureza. Que mistério sempre há de pintar por aí.

Passadas as águas de agosto, domingo é setembro e uma voz insiste em dizer: a primavera vem aí e ela vem linda. Acredito. É preciso acreditar em algo. E Lula Livre, por favor.


* Esse adeus a agosto vem inspirado numa crônica de Caio Fernando Abreu. O título, algumas frases e a ideia são completamente chupados de Caio F. Abaixo, o link pra crônica inspiradora, que segue atualísima.


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