segunda-feira, 21 de março de 2011

O Rei Roberto e o Conde Visconti


Luchino Visconti, o diretor italiano, é exemplo de arte requintada. Roberto Carlos, o cantor brasileiro, é sinônimo de popular. O cineasta nasceu em berço nobre e com o título de conde. Roberto nasceu pobre e com o sucesso virou rei. Visconti era um homem de esquerda e a política não é papo para Roberto.

Mas o que Roberto tem a ver com Visconti (ou vice-versa)? Sei lá. O que sei é que os caminhos deles se cruzaram pelo menos uma vez. E foi em Violência e Paixão, um dos últimos filmes de Visconti, que morreu em 1976. “É o mais politico que realizei. Nunca fui tão longe na descrição detalhada e sem pudor do mundo capitalista”, ele disse numa entrevista.
Violência e Paixão é uma história de decadência – a de um mundo e de um professor aristocrático e solitário (Burt Lancaster). Deve ser uma das tramas com mais obras de arte nas paredes da história do cinema, tudo pontuado por Mozart. E lá pelo meio, o clássico cede espaço para uns acordes populares e mais íntimos dos meus ouvidos e logo uma voz de mulher em italiano. “É A Distância, do Roberto Carlos”. Sim, é a canção do rei nos anos 70 embalando uma cena de ménage no filme do conde vermelho: popular e erudito em comunhão.
Violência e Paixão resiste bem ao tempo, que parece até lhe ter feito bem.. O nome da versão, não incluída dos créditos finais, é Testarda Io e a cantora, Iva Zanicchi. E a cena do encontro Roberto-Visconti está aqui abaixo. A original, na voz de Roberto, mais abaixo.



2 comentários:

Anônimo disse...

Roberto está cada vez mais parecido com a Gretchen, ainda mais agora que ela se julga a Amy Wine House brasileira.

Anônimo disse...

O único problema do Roberto Carlos é que ele canta em português.

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