sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A jovem Thelma Reston

Thelma Reston em 1964


Thelma em Aquele Beijo
Há alguns anos me encantei com O Jovem Lennon, livro do espanhol Jordi Sierra, sobre a vida de John antes de virar um Beatle. E desde então tenho a mania de pensar em como as pessoas eram quando jovens. Ontem morreu Thelma Reston, aos 73 anos e eu gostava muito dela. A primeira imagem é a da “gorda”, a mãe da família de Os Sete Gatinhos. Faz poucos meses me deliciava com a verve espirituosa dela em Aquele Beijo, a novela de Miguel Falabella, que sempre a escalava. – Dona Gôndola, a mãe de Ademilde em A Lua me Disse, foi outro grande momento de Thelma.

Mas como era Thelma Reston quando jovem? Gracias a maravilha internet encontrei rapidinho. E nos anos 60, Thelma arrasava nos palcos cariocas em O Prodígio do Mundo Ocidental (Synge), Espectros (Ibsen), A Falecida (Nelson Rodrigues) e A Ratoeira (Agatha Christie), pra citar algumas. No jornal Correio da Manhã, de 17 de janeiro de 1964, encontro a matéria Quatro Jovens a Caminho do Estrelato. Duas mulheres (Thelma e Maria Gladys) e dois homens (João Paulo Adour e Érico Freitas). Os caras da matéria meio que sumiram, mas as duas gatas arrasaram desde então e, olha a “coincidência”: Gladys também é presença constante nas novelas de Falabella.

Abaixo alguns trechos de Thelma Reston, aos 25 anos, falando na citada matéria:

“Não tenho problema de tempo. Ainda estou numa fase de luta. Acho que no Brasil, infelizmente, a atriz ainda não pode encarar seu trabalho como uma profissão. Não há condição para se viver exclusivamente de teatro, tem-se que apelar para a televisão, o cinema, a dublagem, etc.”

“O teatro significa tudo para mim. Cada indivíduo procura se realizar em alguma coisa. Eu procuro esta realização no teatro, no cinema, ou em qualquer outra modalidade da arte de representar. Gostaria também de me dedicar à fotografia, que também me fascina muito. Como não é segredo para ninguém, a carreira artística significa muitos sacrifícios. É preciso muita luta e trabalho. Não se pode parar nunca. É uma constante evolução que só pode parar com a morte. Tem que seguir o ritmo”.

“Sempre tive uma propensão para levar tombos em cena: quando fazia A Ratoeira, no Teatro do Rio, caí três vezes; em Victor ou As Crianças no Poder, no Maison de France, o solado do sapato soltou e tive que passar o ato inteiro procurando me equilibrar em cena. Quando estreei no profissionalismo, na companhia de Rubens Correia e Ivan Albuquerque, na peça O Prodígio do Mundo Ocidental, aconteceu o pior: a saia despencou, e até hoje não sei como consegui continuar representando”.

Um comentário:

Luciano Reston disse...

Oi Vilmar sou filho da Thelma Reston e a minutos estava lembrando que sonho foi minha infância junto com meu irmão nos bastidores dos Teatros assistindo todos espetáculos da coxia, driplando o juizado de menores que era rigoroso, adorava tudo!O escuro das coxias, adrenalina dos atores, o silêncio, o camarim, Stepan Nercessian, Caique Ferreira, Tônia Carrero, Vera Setta, Hélio Ary, Thaís Portinho, Rubéns Correia...a independência pois ela ficava diferente,concentrada, grandiosa, uma verdadeira Rainha.Saudade, então encontrei e amei sua matéria!

Quem quer brincar de boneca? Texto de Vange Leonel

O filme Barbie está por todo lado. E de tanto ouvir falar em boneca, me lembrei de um texto de Vange Leonel sobre elas e fui até grrrls - Ga...