Thelma Reston em 1964 |
![]() |
Thelma em Aquele Beijo |
Há
alguns anos me encantei com O Jovem Lennon, livro do espanhol Jordi Sierra,
sobre a vida de John antes de virar um Beatle. E desde então tenho a mania de
pensar em como as pessoas eram quando jovens. Ontem morreu Thelma Reston, aos
73 anos e eu gostava muito dela. A primeira imagem é a da “gorda”, a mãe da
família de Os Sete Gatinhos. Faz poucos meses me deliciava com a verve
espirituosa dela em Aquele Beijo, a novela de Miguel Falabella, que sempre a
escalava. – Dona Gôndola, a mãe de Ademilde em A Lua me Disse, foi outro grande
momento de Thelma.
Mas
como era Thelma Reston quando jovem? Gracias a maravilha internet encontrei
rapidinho. E nos anos 60, Thelma arrasava nos palcos cariocas em O Prodígio do
Mundo Ocidental (Synge), Espectros (Ibsen), A Falecida (Nelson Rodrigues) e A
Ratoeira (Agatha Christie), pra citar algumas. No jornal Correio da Manhã, de 17
de janeiro de 1964, encontro a matéria Quatro Jovens a Caminho do Estrelato.
Duas mulheres (Thelma e Maria Gladys) e dois homens (João Paulo Adour e Érico
Freitas). Os caras da matéria meio que sumiram, mas as duas gatas arrasaram
desde então e, olha a “coincidência”: Gladys também é presença constante nas
novelas de Falabella.
Abaixo alguns trechos de Thelma Reston, aos 25 anos, falando na citada matéria:
“Não
tenho problema de tempo. Ainda estou numa fase de luta. Acho que no Brasil,
infelizmente, a atriz ainda não pode encarar seu trabalho como uma profissão.
Não há condição para se viver exclusivamente de teatro, tem-se que apelar para
a televisão, o cinema, a dublagem, etc.”
“O
teatro significa tudo para mim. Cada indivíduo procura se realizar em alguma
coisa. Eu procuro esta realização no teatro, no cinema, ou em qualquer outra
modalidade da arte de representar. Gostaria também de me dedicar à fotografia,
que também me fascina muito. Como não é segredo para ninguém, a carreira
artística significa muitos sacrifícios. É preciso muita luta e trabalho. Não se
pode parar nunca. É uma constante evolução que só pode parar com a morte. Tem que
seguir o ritmo”.
“Sempre
tive uma propensão para levar tombos em cena: quando fazia A Ratoeira, no
Teatro do Rio, caí três vezes; em Victor ou As Crianças no Poder, no Maison de
France, o solado do sapato soltou e tive que passar o ato inteiro procurando me
equilibrar em cena. Quando estreei no profissionalismo, na companhia de Rubens
Correia e Ivan Albuquerque, na peça O Prodígio do Mundo Ocidental, aconteceu o
pior: a saia despencou, e até hoje não sei como consegui continuar
representando”.
Um comentário:
Oi Vilmar sou filho da Thelma Reston e a minutos estava lembrando que sonho foi minha infância junto com meu irmão nos bastidores dos Teatros assistindo todos espetáculos da coxia, driplando o juizado de menores que era rigoroso, adorava tudo!O escuro das coxias, adrenalina dos atores, o silêncio, o camarim, Stepan Nercessian, Caique Ferreira, Tônia Carrero, Vera Setta, Hélio Ary, Thaís Portinho, Rubéns Correia...a independência pois ela ficava diferente,concentrada, grandiosa, uma verdadeira Rainha.Saudade, então encontrei e amei sua matéria!
Postar um comentário