sábado, 20 de setembro de 2008

Mariposa de sueño

Conheço um moço que voa. Não a todo momento, que ele não é passarinho, mas “volando voy, volando vengo” vive o belo. Morro de inveja de ele ficar mais perto das estrelas, mas disfarço bem. Dia desses, corroído por minhas limitações celestiais, lhe pedi para dar um oizinho à elas por mim. Sem demonstrar a nítida intimidade que deve ter com as ditas cujas, falou como se fosse um ato corriqueiro: “Eu vou pensar em você e pedir pra uma bem legal te visitar na janela”. E até marcou hora para a presença estrelar.

Não duvidei nem por um segundo e, na hora combinada, lá estava eu, no silêncio da madrugada, luzes apagadas e com um cigarro, à espera. Por entre os prédios, uma nesga generosa de céu azul e nuvens imaculadas num desfile ensandecido. “Você vai ver que tem uma que brilha mais. É pra você”, ele avisara. E assim foi. De repente, por baixo das nuvens que se deslocavam agitadas, apareceram duas, meio apagadas, e logo uma outra, que brilhava, brilhava, brilhava insistente.

Com os olhos umidecidos fixos no céu, me preparava para agradecer ao moço que voa por acelerar meu coração quando, por trás do prédio imenso e espelhado, desponta uma lua absurda, amarela... cheia! Além das estrelas, descobri, o danado também é íntimo da lua. E depois de tanta beleza, fui dormir felizinho da vida.

Um comentário:

O horizonte me distrai... disse...

que saudade dos seus textos. é bom passear aqui. bjbjbj

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